quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

só as aparências



Todos os músculos do rosto doem ao tentar segurar, de todas as maneiras, que o símbolo de sua fraqueza não venha à tona.
Antes que todo seu esforço, de sempre parecer a mais forte das mulheres, desapareça, toma seus pertences e ela mesma desaparece.
Se faz passados anos onde o falso desapreço pela vida havia tomado parte do seu carater.
Agora imovel em algum lugar onde pode dividir, apenas consigo, o segredo de sua dor. Algo desperta sua preocupação e traz da escuridão de sua alma os motivos que já lhe deixaram noites sem dormir e dias em letargia.
Apesar de não admitir, ainda tem, no fundo da alma cansada, a esperança que achem a cura para aquele tipo de ferida, que mata mais a mente do que corpo.
A ironia da vida lhe faz rir desesperadamente diante do futuro que ela adia ao máximo não encontrar.
Sente que seus olhos fracos pertencem a escuridão da noite, onde nada parece o que é, mas é sempre mais profundo e feio do que parece.
Carrega a bagagem na voz, afetada pelas soluções inúteis que forjou. Voz cruel, que a castiga mais do que a qualquer um.
A solidão não é opção, é consequencia, não dos seu próprios atos, mas talvez de uma fatalidade. O frio do chão cru não lhe incomoda tanto quando o papel de parede descascado. Ali perdida no agoniar dos seu pensamentos nem um pouco organizados, deixa uma gota de fraqueza cair e pintar de incolor o piso. Aquela mulher de aparência sofrida, levanta e antes mesmo de estar completamente em pé, volta a aparentar a mais forte de todas as mulheres, e continua a viver mais um dia de cada vez.

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